segunda-feira, 26 de março de 2018

Capitães de areia


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Autor: Jorge Amado
Editora: Companhia das letras
Ano: 1937
Gênero:  romance
Páginas: 288
Minha classificação: 5/5
Sinopse: Desde o seu lançamento, em 1937, Capitães da Areia causou escândalo: inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Ao longo de sete décadas a narrativa não perdeu o viço nem atualidade, pelo contrário: a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos urgentes.

Várias gerações de brasileiros sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. Verdadeiro romance de formação, o livro nos torna íntimos de suas pequenas criaturas, cada uma delas com suas carências e ambições; do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca. Com a força envolvente de sua prosa, Jorge Amado nos aproxima desses garotos e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade.
Minha Opinião: Capitães de areia e um clássico brasileiro que simplesmente amei, Jorge Amado retrata a situação da Bahia, que ainda vivemos dentre as muitas cidades e capitais do nosso Brasil.
Ele narra a história de um grupo de meninos órfãos de rua, que roubam para sobreviver, moram num trapiche (casarão abandonado a céu aberto) e são denominados os Capitães de areia. O líder do bando e Pedro Bala com apenas 15 anos, tem ainda Professor (tendo esse nome pois e o único do grupo que sabe ler e gosta, tendo também um talento natural para desenho), Sem pernas (tem uma perna meio deficiente), Joao Grande, o Querido-de-Deus, o Gato, Volta - Seca (afilhado de Lampião), Pirulito, entre muitos outros.
Apesar dos garotos serem mal vistos pela maioria dos cidadãos, serem procurados pela polícia e tudo mais, eles conseguiram fazer bastante amigos como Don`Aninha que mãe de terreiro, o Padre José que por muitas vezes os ajudam e lhe dão conselhos. Por serem muitos novos mas morarem na rua, todos já conhecem a vida sexual, a maioria fuma e bebe também, são muito maduros em muitas partes. Apesar de tudo eles gostam da liberdade e das ruas.
Num certo dia, aparece uma garota Dora, que vai pro trapiche e todos querem se aproveitar dela, mas bala e professor não deixam, com o tempo ela se torna como uma mãe para eles, que cuida, costura e da carinho. Mas pra Bala ela e algo a mais, se apaixonando os dois.
O livro e simplesmente ótimo, o final de cada personagem e surpreendente e emocionante vale a pena conferirem.
Citações do livro:- Tu tem onde dormir?
  -- Não.
    -- A gente leva ela pro trapiche...
  -- Uma menina... O que é que Bala vai dizer?”

“Professor e Gato ficaram vendo ela coser. Em verdade não era uma maravilha de costura, mas eles nunca tinham tido ninguém que remendasse suas roupas. E somente Gato e Pirulito tinham costume de remendar eles mesmos as suas. Gato porque era metido a elegante e tinha uma amante, Pirulito porque gostava de andar limpo.”

“O medo começou a desaparecer do coração do Pirulito. Ela se interessava pelos seus santos, santos para os quais ninguém ligava no trapiche.”

“Professor já fora, fazia quadros no Rio de Janeiro. Boa-Vida se desligara aos poucos do trapiche, toca violão nas festas, vai aos candomblés, arma fuzuê nas quermesses.” 

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